15-01-2018

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Hoje na volta pra casa estive pensando em como perdemos tempo. Não nos poupamos, a todo tempo estamos literalmente perdendo tempo com todo o tipo de coisa que sabemos não nos trazer nenhum bem. Eu venho nesta simples nota advogar todas as coisas boas da vida. Saio em defesa da leveza, da alegria compartilhada, da amizade verdadeira, do peito aberto, do sorriso fácil. Talvez a vida não esteja tão fácil, talvez quem sabe quando deitamos no nosso travesseiro ainda não temos paz pra dormir. Mas eu insisto que simplesmente reclamar de tudo, permitindo tudo a nossa volta e em nós se infeccionar com nosso pessimismo e mal humor de cada dia, não é solução. Mesmo que a vida não esteja sendo fácil, mesmo que sua fé seja pequena, mesmo que pareça que o mundo esteja desabando ao seu redor… Seja gentil, sorria, veja o lado bom das coisas. Não ceda ao medo, não se submeta aos seus problemas, não faça deles um muro que te impede de enxergar, verdadeiramente enxergar, as pessoas que estão a sua volta. Talvez elas estejam passando por uma tempestade, da mesma forma que você. Ofereça um lugar embaixo do seu guarda-chuva. E se não possuir um, aproveite a chuva. Não pense em como ficará resfriado depois, não pense no transtorno que é não ter um guarda-chuva, não pense em como a vida gosta de te prejudicar. Apenas aproveite a chuva. Na verdade, a vida nos dá oportunidades. A forma como as enxergamos é que diferencia a nossa caminhada.

Escolha aprender todos os dias.

Na Minha Estante: Here comes the sun – A Jornada Espiritual e Musical de George Harrison

 

Eu costumo dizer que alguns livros simplesmente me escolhem. Este foi um desses. Que num dia, em uma visita à casa de amigos, me encantou e eu não quis largar. Levei pra casa emprestado, coisa que não gosto de fazer. Nunca tinha lido absolutamente nada sobre The Beatles, muito menos sobre George Harrison. Achava essa Beatlemania louca um exagero, sequer conhecia muitas músicas, embora gostasse das que conhecia. Mas quando pus as mãos nesse livro, fui apresentada à história de quatro garotos ingleses que não tinham nada a perder, mas o mundo a ganhar e isso me fez começar a pensar diferente.  Ao mergulhar na história de um deles, eu fui capaz de compreender. Eu amei George desde o primeiro capítulo, e pode ser a coisa mais brega que você vai ler hoje, ainda mais tendo eu lido apenas essa obra e nem conhecendo muito sobre os outros 3, ele com certeza é o meu Beatle favorito. Uma criança embarca numa aventura sem volta, escala a vida com seu desejo de fazer música, chega ao topo do mundo. Sexo, drogas e Rock. E lá em cima descobre que há coisas mais importantes que ser alvo de gritos histéricos de fãs adoradores, ganhar muito dinheiro e ser o alvo das atenções. Sua fé me ensina sobre a minha fé. Sua devoção e curiosidade intensas, busca pelo Deus que ele tanto acreditou. E depois, uma maturidade e aquela alma tranquila, que aceitou as tempestuosas situações que teve que passar. George era único, pessoas como ele são raras e preciosas, devem ser muito bem guardadas, eu mesmo conheci muito poucas assim. Sua musicalidade nasceu com John, Paul e Ringo, mas só deu sinais de florescer quando ele começou a não se conformar mais com o mundo e o caminho que todos queriam que ele seguisse. Esse livro mudou minha ideia sobre os Beatles, mas principalmente me apresentou esse músico e cantor, que com certeza levarei comigo sempre. Acho que essa é a maior homenagem que posso dar, levar sua música comigo.

28-04

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Eu adoro esse vento gelado de outono, e embora as folhas não caiam amarelas das árvores como nos filmes americanos, eu vejo tudo mais belo nessa estação. Outono pra mim é sinal de tranquilidade. Tempo de ouvir um bom Jazz, tomar um chá, ler algo mais leve. E você é meu outono, meu porto seguro. Tenho vontade de arrebatá-lo só pra mim, fugiríamos por um dia, sem destino certo. Só por um dia, um dia frio como esse, pra tomar chá e comer bolinho (faz bem seu estilo inglês, que eu amo). Tenho vontade de passar o dia contigo, vontade de já estarmos casados. Vontade de te ter comigo, saber que não precisarei me despedir. Mas enquanto não chega o dia, eu posso sonhar. E ah como tenho andado nas nuvens… Quase flutuo ao pensar, em nós, em nossa vida. Espero que ela seja tranquila como o Outono, mesmo passando por todas as estações, espero que sejamos um para o outro, o ponto de equilíbrio, o refúgio daquilo que nos tira a paz. Que nosso amor seja sempre nosso lugar secreto, não importa aonde estejamos, onde poderemos repousar a cabeça, e sentir a presença do outro, saber que sempre nos pertenceremos e nada mais importará.

Mil Sóis

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Tudo o que já amei na vida, eu amei com todas as forças. Nunca fui adepta à metades, talvez por isso tudo era tão difícil. Talvez seja simplesmente porque as coisas tenham que ser mais difíceis para alguns. Mas a verdade é que nunca me incomodei com isso. Sempre gostei de sentir intensamente, nunca vi graça em sentir pouco. Isso quase me fazia respirar e transbordar um ar diferente das pessoas ao meu redor. Ouvir música era como me transportar, escrever era como transbordar, cantar até ser parte da música. Sempre foi assim. E quando eu encontrei o amor pela primeira vez, daqueles amores imaturos e irresponsáveis, sofri e como sofri! Vivia intensamente até as coisas que nunca saíram da minha cabeça. Até que então decidi aceitar amar alguém tão improvável na minha vida… E o amo, com toda a intensidade de mil sóis.
Mas quando se trata de mim, o amor sempre foi frio. Sempre tive uma relação muito dura comigo mesma. Cresci aprendendo a exigir a perfeição, nunca dos outros, sempre de mim. Guardava comigo, como um lembrete na parede do coração, que tudo o que era ou acontecia de ruim estava comigo e que as pessoas só podiam ser boas. Minha adolescência foi marcada pela culpa, porque além de errar, eu tinha certeza que os problemas da minha casa e da igreja a qual eu frequentava eram consequências dos meus erros. Havia um terror pairando sobre mim, à medida que eu crescia, que eu nunca conseguia dissipar. E à medida que o tempo foi passando, fui me esquecendo, me deixando de lado. Tudo aquilo que não damos a alguém que amamos, eu me oferecia. Falta de compreensão, não atentar-se às dores, às mágoas, não ouvir, exigir demais, até xingar, machucar… Eu tinha um relacionamento abusivo comigo mesma. Quando não obtinha êxito em algo importante pra mim, em meios as lágrimas e xingamentos, desistia antes mesmo de ir até o fim. Me julgava tão incapaz de qualquer feito que muitas vezes antes mesmo de começar algo, eu já desistia. Me acostumei a perder sem tentar.
Amor próprio é uma coisa que se constrói, e eu estou em construção. Confesso que tenho medo das intensidades com as quais eu lido com tudo. Tenho medo de me amar a ponto de não me enxergar, e sim um ser perfeito, que obviamente não existe. Mas à medida que vou caminhando e aprendendo, observo que aceitar-se só tem benefícios. Confesso não ser boa aluna da vida. Demoro a aprender, sou lenta e erro muitas vezes com o mesmo erro. Mas estou aprendendo. Estou aprendendo que antes de qualquer coisa, o nosso amor precisa florescer de dentro pra fora. Que se enxergar com bons olhos faz bem e se permitir ser feliz é o maior refrigério da alma. Depois de tanto tempo amando a vida, estou aprendendo a vivê-la e com a intensidade de mil sóis.

Furacão

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Não sou escritora, mas as vezes uso as palavras pra jogar pra fora as turbulências e calmarias que se passam aqui dentro. Desta vez a sensação é de que estou parada no meio do furacão, sem conseguir ao menos dar um passo. Tudo me leva a crer que terei que retroceder e encontrar outros caminhos. E neste frenesi, sinto algumas faíscas me acertando, outras me penetram e se acomodam. E então, os dias em que a sensação é de o furacão estar em mim. Quando dentro de mim, uma explosão acontece e do chão vejo que o furacão na verdade, ainda foi materializado dentro de mim. Mas é impressionante como Ele faz tudo perfeito. Nos momentos em que sinto que sinto não ter um ombro à quem chorar, nos momentos em que sinto a tempestade dentro de mim trovejando com estrondosa força, sinto a mão daquele a quem amo. E então vejo que ele está ao meu lado, e quando percebo o toque da sua mão na minha, o seu olhar no meu, de repente sinto o furacão se silenciar por algum tempo, e dentro do seu abraço sinto tudo simplesmente parar no ar. Então aprendo que neste furacão cabem dois, por que sozinha eu sucumbiria num só segundo. Entendo que tudo passará, se de mãos dadas continuarmos a olhar para Ele. Desta vez, meu coração sente paz, mesmo tendo pernas cansadas, mesmo sabendo que haverão dias talvez até piores, porque sei que tudo, tudo um dia findará, mas mais ainda porque sei que sempre terei seu coração junto ao meu.

Cristo vê

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Hoje, mais uma vez, depois de muito tempo, eu volto às linhas, lar de onde nunca deveria ter saído. E mais uma vez, volto por causa da 7º arte. Certa vez, escrevi sobre resiliência após assitir um filme que me ensinou o poder dessa palavra quando se tem uma missão. Mas hoje eu venho falar de coisas que ainda não fazem completo sentido pra mim. Coisas da mente, coisas da vida.
Existem, em cada um de nós, segredos obscuros, traumas e medos, grandes ou pequenos que nos acercam em nossa vida. E nós, ao enxergarmos de perto ao outro, em sua totalidade, o condenamos de pronto, sempre por suas obscuridades, não é? E se enxergássemos as nossas? Acontece que o assunto é outro. Consideremos pois as tais obscuridades alheias. Pense na mais terrível delas. Pense em algo, para você, injustificável, imperdoável, inadmissível. Pensou? Pense se você seria capaz de cometer tal ato. Não? Obvio que não.
Agora pense no contexto familiar de quem o cometeu. Conseguiu? Agora pense no contexto psicológico, cada pequeno trauma na escola, cada pequena obscuridade nascida de insignificantes insultos, desentendimentos, coisas que “não foram nada”. Cada pormenor, cada ínfimo detalhe faz parte da construção de um ser. E é por isso que talvez você nunca o entenda. É porque você não consegue enxergar as pequenas coisas, e as vezes nem as grandes coisas que construíram as obscuridades desse alguém.
Sei que é um texto muito simplista, para algo complexo demais. Faltam-me palavras e ainda sabedoria para lhe fazer ir a fundo. Mas quero que considere, tudo o que você jamais viu, tudo o que ninguém vê, isto, Cristo vê.

Estou voltando

 

Escrever sempre foi minha paixão secreta. Toda a beleza das palavras tomando forma sob minhas mãos, essa magia, e ter o poder de expressar-se, expor tudo. Tudo costumava ser mais fácil, quando eu era menor. Eu não precisava pensar muito antes de colocar no papel exatamente o que eu sentia. Era como se eu tivesse certeza de qual seria a próxima palavra, e a próxima, e a próxima… E elas vinham ao lápis quase tão rápido que era como se transpassassem correndo minha mente, em busca de um lugar seguro. Hoje eu preciso pensar. As vezes paro diante de uma tela, sentindo muito, sem nada conseguir escrever. E tanto passei por isso que acabei desistindo. Foi e está sendo a época da minha em que eu tive que aprender a ter voz. Serviu para que eu amadurecesse e aprendesse que existe um mundo fora de mim, e não é nada sereno como eu imaginava que seria. Um mundo que atinge a minha paz interior com suas armas mais poderosas, sem piedade nem clemência. Mas eu precisava aprender a lidar com ele. Afinal é o lugar onde pertenço agora. Estou aqui, e sinto um anseio impetuoso de viver. E a escrita me movimenta. Deus sabe como por muito tempo senti-me imóvel. Mas escrever para mim, é como sentir o movimento da vida dentro de mim. É a forma mais palpável de sentimento. É a mais singela declaração de amor à Vida. Pois se estou aqui, se respiro, devo viver, e como disse a nossa querida Clarice: “[…] O resultado fatal de eu viver é o ato de escrever.”.

Outono

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Eu vivo os Outonos da vida, a estação da introspecção. E a cada Outono, tiro conclusões, mudo as coisas de lugar, trago de volta, afasto, deixo de lado, trago pra perto, revejo, repenso, reflito. Tudo numa eterna chance de reinventar. É da minha natureza, fazer o quê. Meu espirito se move atrás da mudança. Porque cada Outono até aqui tem sido o tempo de Recomeçar, de Reinventar. De realocar as mágoas, as marcas. Pintar as cicatrizes, disfarçar, cutucar, remediar. Mas esse é diferente. Minha autossuficiência desistiu. Aceito-me, finalmente. Aceito as tristezas, assumo as marcas, admito as turbulências, admito os erros, admito minha imperfeição. Mas deixo a culpa que deve ser deixada, ela, que nunca foi minha. De coisas que nunca quis, feridas abertas pela religiosidade. Um dia, vi uma frase que não me coube. Diziam que pra que a dor sarasse era necessário deixá-la. À mim não pareceu certo. Pois estou me curando a medida que entendo as feridas. À medida que enxergo a real história, a verdade que me foi escondida, pura falta de sabedoria. Me curo à medida que volto. E à medida que volto, enxergo o que não enxerguei. Retiro cada palavra de insulto que me fiz. Retiro cada sentença que me fiz. Desisto da culpa, que não é minha. Desisto aos poucos da dor que me afligia. É assim que me curo. Refazendo meus passos, recomeçando de onde parei, pois do 0 é impossível. Começar do 0 é esquecer o passado, as dores, as lágrimas, é desaprender, é descuidar, é descurar. E isso, não quero. Quero reinventar, daqui pra frente. E ah, que Outono.

Das lições que ando aprendendo com a vida

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Um dia a gente precisa acordar. Entender que a vida é feita de dia após dia. E que nesse vai e vem, não cabe passado. E precisa abrir o coração para o hoje, aceitá-lo como ele é: difícil, mas belo. É preciso antes de tudo, sermos os sonhadores dos nossos sonhos. E que despertemos a auto aceitação, entendamos nosso próprio tempo, nossos limites, e o que nos faz sorrir. Dar-nos o gostinho de viver. Parar de observar apenas. Permitir-se ser. Sentir-se. Saber onde se está e como se quer chegar do outro lado do rio. É necessário se entender, se compreender. Deixar que caiam as máscaras, e dar-se ao luxo de ser quem se quer ser. Desistir do orgulho, e aprender a conviver com acertos e erros. Desistir das mágoas, dos fardos desnecessários. Sermos mais leves. Deixar que o um dia de cada vez nos seja suficiente. Praticar o amor próprio, sem esquecer-se do amor ao próximo. Aprender- ou reaprender- a apreciar a beleza das flores e da vida, mas também saber conviver com os espinhos que elas nos dão. E pacientemente, aguardar as coisas que não estão ao nosso alcance, serem cuidadas pelo poder de quem nos ama. Aceitar a verdade de que não somos super humanos, e que às vezes, a melhor vista, é a de baixo mesmo, de  onde se aprende. Precisamos aprender a viver, antes que a morte nos alcance, e não haja mais tempo. É preciso viver hoje. E amanhã… Sobre ele, decidiremos quando for seu tempo.