André J. Gomes

Pelas calçadas onde bate o sol, lá vai alguém que sou eu e é você e somos nós e os nossos sonhos. Alguém que fala tanto de amor porque o amor lhe falta e lhe dói. Assim, caminhando pela vida de seu jeito, em seu susto, de sua sorte, lá vai alguém que sonha.

Sala de Aula na Educação Infantil

Tenho lido e refletido muito nesta última semana sobre Educação Infantil, já que estou trabalhando em um Curso de Férias desde a semana passada, e o público que atendemos é especialmente de crianças de 1 ano e meio a 5 anos. Desde que iniciei meu estágio, passei a observar a configuração das salas de aula em que auxilio. Percebi que existem algumas tentativas assertivas (na maioria das vezes) em inspirar-se em um modelo um pouco mais “americanizado” de sala de aula. A exposição das tarefas artísticas, de linguagem, musicais, etc. é um fator imprescindível por vários motivos.  Quando nós expomos os trabalhos dos pequenos, fazemos com que se sintam valorizados e reforça a ideia de que todos são iguais, já que TODOS serão expostos. Todas têm acesso livre ao que já aprenderam, fazendo com o que elas percebam a importância e a grandeza daquilo que aprenderam com aquela atividade. Além disso, a sala ganha personalidade, e se torna um ambiente pertencente às crianças de fato.

Algo que também deve ser defendido e executado pelos educadores é a disposição dos materiais da turma à seu nível de altura. Se colocarmos os objetos mais usados na sala, no nível das crianças, deixamos que elas aprendam a não dependerem da professora para coisas simples. Descartando desta ideia, todo objeto que ponha em risco a integridade física da criança, claro.

A disposição das mesas também deve ser observada. É muito importante dispor delas de modo que os alunos possam interagir entre si, discutir possíveis soluções para as perguntas feitas, interagirem durante as atividades. Para que haja possibilidade de uma construção social do conhecimento, onde todos podem compartilhar aquilo que sabem e aprender o que os outros têm a oferecer.

O ambiente na Educação Infantil deve ser um lugar que inspire, sobretudo. Ele deve trazer uma sensação de aconchego, segurança e aprendizado à criança. Não estamos lidando com mini-adultos, por isso muitas cores, formas, alfabeto, numerais, e muita arte são sempre bem-vindas.

Por fim, segundo o que li na página de Gestão do site da Nova Escola (e concordo), devemos evitar personagens e bichos estereotipados de desenhos e filmes. É importante a criança entender a escola como ambiente de aprendizado e cultura e não como uma festa infantil cheia de personagens que ela vê na TV. Estamos falando de desenhos infantis que não cooperam em nada, ou muito pouco, no desenvolvimento da criança. Para que ela seja um ser culto, é necessário desligá-la um pouco da telinha e apresentá-la a um mundo diferente, com certeza mais bonito, colorido, divertido e instrutivo.

15-01-2018

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Hoje na volta pra casa estive pensando em como perdemos tempo. Não nos poupamos, a todo tempo estamos literalmente perdendo tempo com todo o tipo de coisa que sabemos não nos trazer nenhum bem. Eu venho nesta simples nota advogar todas as coisas boas da vida. Saio em defesa da leveza, da alegria compartilhada, da amizade verdadeira, do peito aberto, do sorriso fácil. Talvez a vida não esteja tão fácil, talvez quem sabe quando deitamos no nosso travesseiro ainda não temos paz pra dormir. Mas eu insisto que simplesmente reclamar de tudo, permitindo tudo a nossa volta e em nós se infeccionar com nosso pessimismo e mal humor de cada dia, não é solução. Mesmo que a vida não esteja sendo fácil, mesmo que sua fé seja pequena, mesmo que pareça que o mundo esteja desabando ao seu redor… Seja gentil, sorria, veja o lado bom das coisas. Não ceda ao medo, não se submeta aos seus problemas, não faça deles um muro que te impede de enxergar, verdadeiramente enxergar, as pessoas que estão a sua volta. Talvez elas estejam passando por uma tempestade, da mesma forma que você. Ofereça um lugar embaixo do seu guarda-chuva. E se não possuir um, aproveite a chuva. Não pense em como ficará resfriado depois, não pense no transtorno que é não ter um guarda-chuva, não pense em como a vida gosta de te prejudicar. Apenas aproveite a chuva. Na verdade, a vida nos dá oportunidades. A forma como as enxergamos é que diferencia a nossa caminhada.

Escolha aprender todos os dias.

Na Minha Estante: Here comes the sun – A Jornada Espiritual e Musical de George Harrison

 

Eu costumo dizer que alguns livros simplesmente me escolhem. Este foi um desses. Que num dia, em uma visita à casa de amigos, me encantou e eu não quis largar. Levei pra casa emprestado, coisa que não gosto de fazer. Nunca tinha lido absolutamente nada sobre The Beatles, muito menos sobre George Harrison. Achava essa Beatlemania louca um exagero, sequer conhecia muitas músicas, embora gostasse das que conhecia. Mas quando pus as mãos nesse livro, fui apresentada à história de quatro garotos ingleses que não tinham nada a perder, mas o mundo a ganhar e isso me fez começar a pensar diferente.  Ao mergulhar na história de um deles, eu fui capaz de compreender. Eu amei George desde o primeiro capítulo, e pode ser a coisa mais brega que você vai ler hoje, ainda mais tendo eu lido apenas essa obra e nem conhecendo muito sobre os outros 3, ele com certeza é o meu Beatle favorito. Uma criança embarca numa aventura sem volta, escala a vida com seu desejo de fazer música, chega ao topo do mundo. Sexo, drogas e Rock. E lá em cima descobre que há coisas mais importantes que ser alvo de gritos histéricos de fãs adoradores, ganhar muito dinheiro e ser o alvo das atenções. Sua fé me ensina sobre a minha fé. Sua devoção e curiosidade intensas, busca pelo Deus que ele tanto acreditou. E depois, uma maturidade e aquela alma tranquila, que aceitou as tempestuosas situações que teve que passar. George era único, pessoas como ele são raras e preciosas, devem ser muito bem guardadas, eu mesmo conheci muito poucas assim. Sua musicalidade nasceu com John, Paul e Ringo, mas só deu sinais de florescer quando ele começou a não se conformar mais com o mundo e o caminho que todos queriam que ele seguisse. Esse livro mudou minha ideia sobre os Beatles, mas principalmente me apresentou esse músico e cantor, que com certeza levarei comigo sempre. Acho que essa é a maior homenagem que posso dar, levar sua música comigo.

Compartilhando coisas boas

 

Em um mundo de incertezas e dúvidas, em que tudo que acreditamos parece fadado a se desmanchar no ar, uma coisa é sólida e certa: sempre haverá material inédito dos Beatles para ser descoberto, lançado, degustado e comemorado. Sejam gravações, produtos, souvenires ou imagens, a sede pela maior banda de rock de todos os tempos […]

via Confira estas fotos raras dos Beatles clicadas entre 1964 e 1966 — VIVIMETALIUN

Não desistir

A gente precisa continuar acreditando: que vale a pena ser honesto. Que vale a pena estudar. Que vale a pena trabalhar. Que é preciso construir: a vida, o futuro, o caráter, a família, as amizades e os amores.

Lya Luft

A linha entre continuar e escolher pelo fim é tênue. Em um segundo estamos bem, no outro já estamos pensando em como acabar com tudo, e de repente a possibilidade de parar de viver e simplesmente se trancar num quarto deixa de ser remota. Acontece que a vida adulta é assim, de uma hora pra outra somos obrigados a encarar o mundo e ele não dá trégua. Mas eu me arrisco: essa é a graça da vida. A gente sabe que tem coisa ruim no mundo, e as vezes nós somos “a coisa” ruim, não é mesmo? Mas não podemos parar de tentar. Não podemos desistir de seguir, mesmo que estejamos caminhando contra uma tempestade de areia. Mesmo que sejamos os peixes indo contra o cardume. Mesmo que haja uma multidão contra nós, mesmo que essa multidão seja só as barreiras que nós mesmos criamos pra não acreditar que pode dar certo. A gente cresce aprendendo que o que importa é o caminho e não a chegada, e quando as coisas no caminho não andam bem costumamos pensar em desistir. Querido, o caminho vale MUITO apena, mas não esqueça do fim. Não se esqueça do que te fez chegar até aqui. Não se esqueça do que te fez começar e não desista do fim. Não desista das pessoas que você ama, e não desista de si mesmo. Não desista de fazer o que é melhor, o que é certo. Não desista da honestidade. Não desista da caridade. Não desista da fé. As vezes a gente dá a cara nos muros da vida, mas sempre dá pra derrubar ele com gentileza e com amor. E quando não der, porque nem sempre vencemos, erguemos a cabeça e continuamos. Afinal, mesmo das coisas ruins que a vida nos dá, podemos fazer uma limonada e continuar a nossa caminhada.

28-04

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Eu adoro esse vento gelado de outono, e embora as folhas não caiam amarelas das árvores como nos filmes americanos, eu vejo tudo mais belo nessa estação. Outono pra mim é sinal de tranquilidade. Tempo de ouvir um bom Jazz, tomar um chá, ler algo mais leve. E você é meu outono, meu porto seguro. Tenho vontade de arrebatá-lo só pra mim, fugiríamos por um dia, sem destino certo. Só por um dia, um dia frio como esse, pra tomar chá e comer bolinho (faz bem seu estilo inglês, que eu amo). Tenho vontade de passar o dia contigo, vontade de já estarmos casados. Vontade de te ter comigo, saber que não precisarei me despedir. Mas enquanto não chega o dia, eu posso sonhar. E ah como tenho andado nas nuvens… Quase flutuo ao pensar, em nós, em nossa vida. Espero que ela seja tranquila como o Outono, mesmo passando por todas as estações, espero que sejamos um para o outro, o ponto de equilíbrio, o refúgio daquilo que nos tira a paz. Que nosso amor seja sempre nosso lugar secreto, não importa aonde estejamos, onde poderemos repousar a cabeça, e sentir a presença do outro, saber que sempre nos pertenceremos e nada mais importará.

Mil Sóis

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Tudo o que já amei na vida, eu amei com todas as forças. Nunca fui adepta à metades, talvez por isso tudo era tão difícil. Talvez seja simplesmente porque as coisas tenham que ser mais difíceis para alguns. Mas a verdade é que nunca me incomodei com isso. Sempre gostei de sentir intensamente, nunca vi graça em sentir pouco. Isso quase me fazia respirar e transbordar um ar diferente das pessoas ao meu redor. Ouvir música era como me transportar, escrever era como transbordar, cantar até ser parte da música. Sempre foi assim. E quando eu encontrei o amor pela primeira vez, daqueles amores imaturos e irresponsáveis, sofri e como sofri! Vivia intensamente até as coisas que nunca saíram da minha cabeça. Até que então decidi aceitar amar alguém tão improvável na minha vida… E o amo, com toda a intensidade de mil sóis.
Mas quando se trata de mim, o amor sempre foi frio. Sempre tive uma relação muito dura comigo mesma. Cresci aprendendo a exigir a perfeição, nunca dos outros, sempre de mim. Guardava comigo, como um lembrete na parede do coração, que tudo o que era ou acontecia de ruim estava comigo e que as pessoas só podiam ser boas. Minha adolescência foi marcada pela culpa, porque além de errar, eu tinha certeza que os problemas da minha casa e da igreja a qual eu frequentava eram consequências dos meus erros. Havia um terror pairando sobre mim, à medida que eu crescia, que eu nunca conseguia dissipar. E à medida que o tempo foi passando, fui me esquecendo, me deixando de lado. Tudo aquilo que não damos a alguém que amamos, eu me oferecia. Falta de compreensão, não atentar-se às dores, às mágoas, não ouvir, exigir demais, até xingar, machucar… Eu tinha um relacionamento abusivo comigo mesma. Quando não obtinha êxito em algo importante pra mim, em meios as lágrimas e xingamentos, desistia antes mesmo de ir até o fim. Me julgava tão incapaz de qualquer feito que muitas vezes antes mesmo de começar algo, eu já desistia. Me acostumei a perder sem tentar.
Amor próprio é uma coisa que se constrói, e eu estou em construção. Confesso que tenho medo das intensidades com as quais eu lido com tudo. Tenho medo de me amar a ponto de não me enxergar, e sim um ser perfeito, que obviamente não existe. Mas à medida que vou caminhando e aprendendo, observo que aceitar-se só tem benefícios. Confesso não ser boa aluna da vida. Demoro a aprender, sou lenta e erro muitas vezes com o mesmo erro. Mas estou aprendendo. Estou aprendendo que antes de qualquer coisa, o nosso amor precisa florescer de dentro pra fora. Que se enxergar com bons olhos faz bem e se permitir ser feliz é o maior refrigério da alma. Depois de tanto tempo amando a vida, estou aprendendo a vivê-la e com a intensidade de mil sóis.